Chamada de trabalhos

Publicação
23 Abril 2025

As propostas de comunicação podem ser submetidas, sob a forma de resumo, às seguintes sessões paralelas:

Alterações profundas no ecossistema mediático, com a transferência de públicos para as redes sociais, inundadas de informação falsa, de narrativas polarizadas e extremadas, apontam para a necessidade de refletir sobre o futuro do jornalismo enquanto recurso poderoso de defesa da democracia e da verdade. De acordo com o Reuters Institute Digital News Report 2024, num universo de 47 países, apenas 40% dos inquiridos dizem confiar na maioria das notícias. Face a esta realidade, a sobrevivência do jornalismo parece passar, acima de tudo, pela recuperação da credibilidade e da confiança perdidas.

Se não será inteiramente possível combater a velocidade vertiginosa a que a informação falsa se propaga nas redes sociais, produzida não por jornalistas, mas por agentes interessados em difundir um ponto de vista enviesado, com efeitos danosos para as democracias ocidentais, pode ser viável reforçar o rigor e a profundidade dos assuntos abordados, reafirmando o jornalismo como um prestador de serviço público e um agente da defesa do bem-comum. A proposta da sessão do Laboratório de Tendências em Jornalismo é um convite à reflexão sobre estas e outras questões emergentes a partir do imenso chapéu da sustentabilidade, numa tentativa de identificar oportunidades e soluções que integrem o jornalismo no combate ao caos informativo em que se tornou a paisagem mediática e lhe restituam o papel de ser o mais fiel guardião dos sistemas democráticos. 

Tópicos:

  • Inovação no jornalismo: teorias e práticas;
  • Desafios éticos e deontológicos do jornalismo;
  • Slow Journalism ou jornalismo de profundidade;
  • Liberdade de imprensa e democracia;
  • Como sustentar o jornalismo? – Entre o mercado e o Estado;
  • Jornalismo de especialidade;
  • Jornalismo de investigação;
  • Impacto social e emocional do jornalismo;
  • A Inteligência Artificial ao serviço do jornalismo.

A Cátedra UNESCO em Comunicação, Literacia Mediática e Cidadania da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), unidade orgânica do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), organiza uma sessão paralela integrada na Conferência Internacional A (In)sustentabilidade dos Média.

Considerando a missão da Cátedra UNESCO de promover a compreensão crítica dos média, a capacitação dos cidadãos e a criação de um ambiente comunicacional ético e democrático, esta sessão paralela convida à submissão de trabalhos que explorem a intersecção entre sustentabilidade dos média, literacia mediática e cidadania. Dada a centralidade dos meios digitais e das novas tecnologias na atualidade, e sendo 2025 o Ano Europeu da Educação para a Cidadania Digital, os trabalhos podem incluir, sempre que pertinente, um cruzamento com estas temáticas. São valorizadas propostas que sistematizam pistas para o futuro. 

Tópicos de Interesse (não exclusivos):

  • O papel da literacia mediática no combate à desinformação e na promoção do jornalismo de qualidade;
  • Estratégias para fortalecer a confiança nos média;
  • O impacto das novas tecnologias na sustentabilidade dos média e na participação cívica;
  • O papel da inteligência artificial nos conteúdos e metodologias dos programas de literacia mediática;
  • A literacia mediática como ferramenta de inclusão social e reforço de competências cívicas e mediáticas de públicos vulneráveis;
  • Promoção da capacitação mediática ao longo da vida;
  • Ética e responsabilidade nos média na era digital;
  • Políticas públicas para a promoção da literacia mediática e da sustentabilidade dos média;
  • Estudos de caso sobre iniciativas de literacia mediática e sustentabilidade dos média;
  • O papel da educação para os média na formação de cidadãos críticos e informados;
  • A literacia mediática e a interação com o público nos currículos de formação de profissionais de comunicação;
  • Projetos internacionais e/ou transfronteiriços (ou projetos de cooperação internacional) de literacia mediática e envolvimento dos cidadãos nos média;
  • A sustentabilidade ambiental e a sustentabilidade económica dos meios de comunicação: práticas internas e conteúdos publicados;
  • Contributos de outras áreas do conhecimento científico para a literacia mediática e a sustentabilidade dos média;
  • Alinhamento entre estratégias de promoção de literacia mediática e sustentabilidade dos média e os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável.

Para mais informações sobre a Cátedra UNESCO em Comunicação, Literacia Mediática e Cidadania, visite: https://catedraunesco.escs.ipl.pt/pt/

A crescente adesão às plataformas digitais por parte dos consumidores tem vindo a reconfigurar as estratégias das marcas e o ecossistema publicitário. À medida que os média tradicionais perdem relevância no que diz respeito ao modo como as marcas comunicam com os seus públicos-alvo, as plataformas digitais emergem como protagonistas nesse processo, captando receitas e atuando como mediadores privilegiados da relação entre marcas e consumidores. Este atual contexto, complexo, em mutação, caracterizado pela fragmentação, pela efemeridade dos conteúdos, pela hiperestimulação e por uma intensa competição pela atenção dos consumidores, que buscam cada vez mais experiências personalizadas, impõe desafios significativos às marcas e à publicidade, com reflexos na (in)sustentabilidade dos média. 

Esta sessão paralela convida à submissão de trabalhos que explorem, entre outros, os seguintes tópicos:

  • O papel das marcas e da publicidade na (in)sustentabilidade dos média;
  • O impacto da digitalização na publicidade e nas estratégias de marca;
  • A reconfiguração das jornadas do consumidor e os desafios estratégicos para as marcas;
  • A fragmentação mediática e a evolução da relação entre marcas e consumidores;
  • As redes sociais e a transformação das dinâmicas de consumo;
  • O uso e o impacto da inteligência artificial para as marcas, para a publicidade e para o consumo;
  • A experiência do consumidor e os desafios e oportunidades para as marcas;
  • A comunicação e o branding na era da desinformação e das fake news;
  • A economia da atenção, a cultura do imediatismo, a hiperestimulação e os seus constrangimentos e desafios para as marcas e para a publicidade;
  • Os desafios éticos na publicidade digital;
  • A educação e formação de publicitários e de marketers na era da (in)sustentabilidade dos média;
  • Novas formas de monetização dos média e o papel das marcas na sustentabilidade da informação.

As Campanhas de Comunicação Pública podem ser hoje pensadas essencialmente como Comunicação para a Mudança Social e Comportamental, como Comunicação de Interesse Público. Neste sentido, estas campanhas podem desempenhar um papel essencial na construção de sociedades mais informadas, participativas e resilientes. Num ecossistema mediático marcado pela sobrecarga informativa e pela disseminação de desinformação, as Campanhas de Comunicação Pública assumem um papel estratégico para a mudança de conhecimentos, atitudes e comportamentos. Seja visando a promoção da literacia mediática, o combate à desinformação ou a gestão da infodemia, seja com o foco na consciencialização e capacitação dos cidadãos para uma leitura crítica dos média e para a interpretação do papel dos diferentes agentes do ecossistema de produção e promoção de conteúdo, ou ainda na promoção da tomada de consciência sobre temas de interesse coletivo, estas campanhas mobilizam recursos e diferentes organizações dos mais variados setores e áreas de atividade para informar, consciencializar, alterar atitudes e comportamentos, tanto a nível individual como a nível coletivo.

Esta sessão aceita submissões de trabalhos que explorem o papel das Campanhas de Comunicação Pública ou Comunicação de Interesse Público, enquanto estratégias de envolvimento e mudança social. São especialmente bem-vindos trabalhos que analisem:

  • O impacto das Campanhas de Comunicação Pública no combate à infodemia e/ou à desinformação; 
  • O papel das Relações Públicas na conceção e implementação de campanhas de Comunicação de Interesse Público;
  • A relação entre os média tradicionais e as plataformas digitais na Comunicação para a Mudança Social e Comportamental;
  • O papel dos algoritmos e ecossistemas digitais em Campanhas de Comunicação Pública;
  • O uso da inteligência artificial, da automação e da personalização na Comunicação de Interesse Público;
  • Casos de estudo e boas práticas em campanhas nacionais e internacionais de Comunicação de Interesse Público;
  • Desafios éticos, sociais, políticos e culturais enfrentados na conceção, implementação e avaliação de campanhas de  Comunicação de Interesse Público;
  • O papel dos meios digitais numa mais rápida mobilização e adaptabilidade na abordagem das questões sociais;
  • Abordagens inovadoras à Comunicação de Interesse Público, como, por exemplo, no âmbito da apresentação da crise climática enquanto preocupação de saúde pública junto de públicos mais vastos, ou da facilitação de diálogos nos bastidores de conflitos geopolíticos.

Esta sessão propõe um espaço de reflexão crítica e partilha de conhecimento sobre as potencialidades e os limites das Campanhas de Comunicação Pública e da Comunicação de Interesse Público na construção de sociedades mais sustentáveis, informadas e inclusivas.

A história das profissões e dos profissionais da comunicação foi sempre uma história de crises: da censura estatal ao condicionamento financeiro, passando por constantes desafios tecnológicos, laborais, jurídico-regulamentares ou ético-deontológicos. Num momento em que o ritmo acelerado da mudança tecnológica cria novas categorias ocupacionais, algumas sem nome definido, a classificação dos profissionais de comunicação em jornalistas, relações públicas e publicitários parece crescentemente obsoleta. Neste contexto, ganha particular relevo indagar, numa perspetiva temporal, os processos de profissionalização e desprofissionalização na área da comunicação, reconhecendo a continuidade de problemáticas como o reconhecimento e a legitimação de espaços autónomos, de terrenos de partilha e de diferenciação. 

Esta sessão acolherá trabalhos sobre a história de profissões ou profissionais da comunicação que reflitam, entre outros aspetos, sobre autonomia profissional, regulamentação, bem como ética e deontologia. Em suma, estudos na área da comunicação que permitam ajudar a refletir sobre o lugar dos velhos e novos profissionais da comunicação na reconfiguração da(s) esfera(s) pública(s) na contemporaneidade.

Serão bem-vindos trabalhos originais que abordem, entre outros, os seguintes temas: 

  • Memória e trajetórias profissionais;
  • Profissionalização e desprofissionalização dos ofícios da comunicação;
  • Novas ocupações e reconfiguração do campo profissional;
  • Relação entre reconhecimento profissional, enquadramento jurídico e dinâmicas de controlo institucional;
  • Efeitos da precarização, digitalização e reestruturação empresarial nos estatutos profissionais;
  • Ética, deontologia e responsabilidade profissional;
  • Profissões da comunicação e esfera(s) pública(s).